sexta-feira, 18 de maio de 2012

Viver, verbo intransitivo II

Leio um texto muito legal que o Cesar Valente colocou no De Olho na Capital sobre nossa última reunião justo após limpar minha Parker 51 (com a pena estragada). Lembrei de outro texto, desconheço o autor, discorrendo sobre um velhinho na UTI, que, volta e meia, prende a respiração: a pressão sobe, os batimentos cardíacos alteram, os alarmes disparam, todos correm para ele. Ele solta a respiração e tudo normaliza, resta  apenas a dúvida entre os que o tratam. E ele sorri, discretamente: "Ah, moleque"!

A lembrança volta à nossa reunião e não tenho a menor dúvida: nada mais importante que não deixar morrer o moleque que vive em nós.

Dizem que a única diferença entre brinquedos de adultos e crianças é o preço. Pois bem, isto pode ser comprovado nesta nossa última aventura. Desde que o Quinha Faraco aventou a possibilidade do caminhão como transporte, a turma ficou extremamente animada. E, no caminho, os sorrisos não deixavam qualquer dúvida: sob aqueles cabelos brancos, testas alongadas, existiam cinquentões adolescentes. O Quinha resumiu isto em uma frase: "Quem conviveu aquêles anos e vê nossas aventuras de agora, com certeza fica com vontade de re-encontrar o grupo pois, tal programação de lazer e diversão não existe em pacote nenhum que se possa comprar".

E é por isto que realizamos estes encontros. Para alimentar o moleque. E disse isto para vocês em um email de 2007, bastante oportuno nesse momento:
"Sempre acreditei que jamais devemos deixar morrer o moleque que existe em nós... e para isto é extremamente importante relembrar os valores de nossa juventude... afinal, crescemos andando de bicicleta sem proteção alguma, conhecemos a máquina de datilografia,  o mimeógrafo a alcool  e decoramos a tabuada e o verbo to be.... deixamos o cabelo crescer, e nossa música era tão estranha aos nossos pais quanto o rap e o funk nos são hoje.... enfim, vivenciamos uma revolução jamais vista na história do homem. Nos adaptamos à "informática", e hoje não mais escrevemos cartas... mas conservamos valores, princípios, e é isto que nos une. Então, mesmo sem o consentimento de vcs, estamos publicando um blog, com algumas coisas da nossa história, ressaltando não o muito que vivemos, realizamos, mas aquilo que podemos deixar de exemplo para nossos filhos, nossos netos... um pouco do que realmente somos: amigos!"

Um excelente final de semana para todos.

Breve atualização - Lembrei de uma música perfeita para este tópico:


Nenhum comentário: